PATOLOGIAS

Patologia do Tecido Adiposo

O Que é Hipodermite?A pele é o maior órgão do corpo humano. É o órgão que envolve o corpo determinando seu limite com o meio externo. Corresponde a 16% do peso corporal e exerce diversas funções, como: regulação térmica, defesa orgânica, controle do fluxo sangüíneo, proteção contra diversos agentes do meio ambiente e funções sensoriais (calor, frio, pressão, dor e tato). A pele é um órgão vital e, sem ela, a sobrevivência seria impossível. É formada por três camadas: epiderme, derme e hipoderme, da mais externa para a mais profunda, respectivamente. A hipoderme, também chamada de tecido celular subcutâneo, a porção mais profunda da pele é composta por feixes de tecido conjuntivo que envolvem células gordurosas (adipócitos) e formam lobos de gordura. Sua estrutura fornece proteção contra traumas físicos, além de ser um depósito de calorias. A hipodermite é a inflamação do tecido gorduroso ou subcutâneo. "Existem vários tipos de hipodermite, assim como, é grande a gama de causas que podem provocar a doença. É conhecida no meio médico como paniculite (Ite=inflamação / panículo=tecido gorduroso)", explica a dermatologista Ana Cristina Guimarães especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia. "É uma doença rara. Não é o dia-a-dia, em um ano temos em média dois casos de hipodermite no consultório", diz a doutora. 

É importante entender que o diagnóstico de paniculite é feito por um exame histológico. São vários os grupos da doença que só podem ser identificados através do exame anatomopatológico, ou biopsia, como é mais conhecido. O denominador comum entre estes vários tipos de hipodermites é a inflamação do tecido gorduroso.

Eritema Nodoso - O Tipo mais Comum de HipodermiteUma das hipodermites mais comuns é o eritema nodoso, que consiste em nódulos que aparecem por baixo da pele, principalmente na parte anterior da perna (eritema = quando a pele está avermelhada / nódulo = lesão com mais de meio centímetro de diâmetro). "O eritema nodoso é a síndrome de hipersensibilidade a agentes infecciosos, drogas e outras causas, caracterizada por lesões eritemato-nodulares simétricas nos membros inferiores e eventualmente em outras áreas", explica a Dra. Ana Cristina. A principal causa deste tipo de hipodermite é reação a qualquer tipo de remédio ou droga, mas principalmente antiinflamatórios como Cataflan ou Voltaren. Pode ser desencadeada por ingestão de drogas, como sulfas, brometos, iodetos, penicilina, salicilatos, e anticoncepcionais orais. Há casos em que a etiologia não é esclarecida. Um vírus, uma gripe, infecção fúngica ou infecção bacteriana também podem desencadear a doença. "É muito comum surgir eritema nodoso depois de uma simples gripe. Na realidade é uma reação alérgica a algo que está ocorrendo no organismo do paciente ou a algum remédio que foi tomado", conclui a doutora.

De acordo com a especialista, fisicamente o eritema nodoso se manifesta com nódulos e inflamações avermelhados e geralmente doloridos. Muitos pacientes desenvolvem a doença apenas uma vez, mas em alguns casos ela é reincidente, por isto a necessidade de sempre se buscar o motivo que desencadeou a inflamação. O eritema nodoso não deixa cicatriz, ele evolui e desaparece.

Clínica e Diagnose do Eritema NodosoO quadro inicia-se com febre, dores articulares e nas panturrilhas, e aparecimento de placas eritematosas e nodulares nas faces anteriores das pernas. A cor é vermelha brilhante e os nódulos são duros e dolorosos. No eritema nodoso podemos ter também quadros sintomáticos como febre, mal-estar. As lesões regridem de duas a três semanas, nunca se ulceram, deixando depressão atrófica ou pigmentação residual. Novos surtos podem surgir. Exames laboratoriais são importantes para a investigação da causa. 

Os especialistas alertam: é importante frisar que a hipodermite é uma doença de múltiplas causas. Portanto, o principal e o mais difícil da doença, é realmente descobrir o que a provocou. "Para se fazer o diagnóstico utiliza-se o exame clínico, mas o ideal é fazer uma biópsia, pois é importante identificar qual o tipo exato de paniculite que o paciente apresenta", afirma Ana Cristina. Dependendo do tipo histológico do material, a doença é classificada dentro de suas inúmeras manifestações. O tratamento é aplicado de acordo com cada tipo de paniculite.

TratamentoDe acordo com a doutora Cleire Paniago Pereira, coordenadora do Departamento de Dermatopatologia da Sociedade Brasileira de Dermatologia, na hipodermite, a investigação e tratamento da causa responsável são imprescindíveis. "É importante afastar a causa para poder tratar. O tratamento consiste basicamente em administrar antiinflamatórios, ou então, iodeto de potássio. Algumas vezes é necessária a administração de corticóides, que funcionam como um antiinflamatório mais potente. Eliminação de drogas suspeitas, repouso no leito e elevação dos membros são necessários", explica a médica. Para os especialistas, o uso de antiinflamatórios é uma questão um pouco paradoxal no que se refere a hipodermite, pois ao mesmo tempo em que este tipo de droga pode desencadear a doença, ela também pode servir como tratamento em muitos casos.

O tratamento geralmente é prolongado, chegando a durar vários meses. Existem certos exames que se pode fazer para afastar doenças que provocam a hipodermite, como tuberculose, hanseníase, mas fora isto não existe nenhuma outra forma de diagnóstico para descobrir sua origem. Algumas doenças auto-imunes, ou seja, que o próprio organismo produz, onde as células de defesa (linfócitos) criam anticorpos contra o próprio organismo, também podem ser vistas como causa para hipodermite. São elas: Lúpus, artrite reumatóide, esclerodermia, etc. Para Cleide Paniago, é primordial conversar com o paciente para buscar identificar o que provocou a inflamação. "Saber quais os remédios que a pessoa tomou nos últimos tempos, se houve algum quadro sintomático ou enfermidade recente são dados valiosos para esta busca", conclui ela. 

Outros Tipos de HipodermiteExistem outros tipos de hipodermite, como por exemplo, a chamada de nodular migratória, extremamente rara. Esta manifestação acomete preferencialmente mulheres e caracteriza-se pelo aparecimento de um, dois ou três nódulos subcutâneos com disposição unilateral e assimétrica, ou seja, ocorre normalmente em apenas uma das pernas. Este caso, responde terapeuticamente ao iodeto de potássio. Outro quadro da hipodermite é conhecido como Doença de Weber-Christian e possui as mesmas características sintomáticas dos anteriores, com a diferença que pode deixar cicatrizes. É também uma doença mais sistêmica, podendo ocorrer dores de barriga, surtos febris, perda de peso e em alguns casos pode levar o indivíduo à morte, pois além de atingir o tecido gorduroso, atinge outros órgãos do corpo. A Sociedade Brasileira de Dermatologia classifica inúmeros tipos de hipodermites. Dentre as principais, além das já citadas, temos: as de origem pancreática, por agentes físicos (pelo frio e por traumas), vasculite nodular (inflamação da veia que leva a inflamação do tecido gorduroso) e as afecções próprias do recém-nascido, como o escleredema neonatal e a necrose subcutânea do recém-nascido.



Patologias do Tecido Cartilaginoso

                                                              Artrite 

O que é? 

A artrite é uma inflamação de uma ou mais articulações, que resulta em dor, inchaço, endurecimento e limitação de movimento.

Causas, incidência e fatores de risco

A artrite consiste na quebra da cartilagem. A cartilagem geralmente protege a articulação, permitindo um movimento amortecido. A cartilagem também absorve o choque quando a pressão é colocada na articulação, como ao andar, por exemplo. Com a ausência da quantidade normal de cartilagem, os ossos se friccionam, causando dor, inchaço (inflamação) e rigidez.
É possível apresentar uma inflamação nas articulações por diversos motivos, inclusive:
  • Uma doença autoimune (o organismo ataca a si próprio porque o sistema imunológico não reconhece uma parte do corpo)
  • Osso quebrado
  • Desgaste comum das articulações
  • Infecção (normalmente decorrente de bactérias ou vírus)
Normalmente, a inflamação desaparece depois que a lesão é curada, a doença é tratada ou a infecção é combatida.
Sintomas
  • Dor em articulações
  • Inchaço nas articulações
  • Redução na capacidade de mover as articulações
  • Vermelhidão da pele ao redor da articulação
  • Rigidez, especialmente pela manhã
  • Aquecimento ao redor a articulação

Prevenção


Se a artrite for diagnosticada e tratada cedo, será possível evitar danos nas articulações. Descubra se você tem histórico familiar de artrite e informe seu médico, mesmo na ausência de sintomas.
A osteoartrite pode ter mais chances de se desenvolver se você abusar das articulações (lesioná-las seguidamente ou usá-las excessivamente quando estão lesionadas). Tome cuidado para não sobrecarregar uma articulação lesionada. Da mesma maneira, evite movimentos repetitivos.
O excesso de peso também aumenta o risco de desenvolvimento da osteoartrite nos joelhos e, possivelmente, nos quadris. Consulte o artigo sobre o índice de massa corporal para saber se o seu peso é saudável.
Tratamento
O tratamento da artrite depende da causa, das articulações afetadas, da gravidade e de como a doença afeta as atividades diárias. A idade e a ocupação também são levadas em consideração na criação de um plano de tratamento.
Se possível, o tratamento terá o foco na eliminação da causa da artrite. Entretanto, a causa NÃO é necessariamente curável, como nos casos da artrite reumatoide e da osteoartrite. O tratamento, portanto, visa à redução da dor e do desconforto, além da prevenção de uma incapacidade futura.
É possível amenizar satisfatoriamente os sintomas da osteoartrite e de outros tipos de artrite de longa duração sem o uso de medicamentos. Na realidade, fazer mudanças no estilo de vida sem medicamentos é preferível para a osteoartrite e outras formas de inflamações articulares. Se necessário, os medicamentos devem ser ministrados juntamente com as mudanças de estilo de vida.
A prática de exercícios torna-se necessária para manter as articulações saudáveis, amenizar a rigidez, reduzir a dor e a fadiga e melhorar a resistência dos músculos e dos ossos. O programa de exercícios deve ser feito exclusivamente para o paciente.
                                                            

                                       Doença de Ollier


O que é? 
Defeito não hereditário, caracterizado pela presença de massas circunscritas de cartilagem, dispostas de forma linear no interior dos ossos.


Sinais
Manifestam-se desde cedo na infância. O acometimento leva a um encurvamento dos ossos longos. Quando as mãos são afetadas, o progressivo aumento de volume dos dedos pode ser a primeira queixa, os dedos costumam se apresentar de forma grotesca e com uso funcional prejudicado.

Tratamento
Envolve processos como curetagem e enxertia das lesões que estejam causando deformidade importante, principalmente nos membros inferiores. 

                                                                 

                                                Sinovite

O que é?
Inflamação do tecido que reveste a parte inferior das articulações, a membrana sinovial. Pode ocorrer em qualquer articulação, porém é mais comum na articulação do joelho, quadril e da mão. A sinovite é a produção excessiva de liquido sinovial causado por uma irritação do tecido sinovial, a articulação se enche de liquido e comumente o paciente se refere a essa patologia como se a articulação estivesse cheia de água, é a chamada ''água no joelho.'' 







Causas
A sinovite ocorre por trauma ou por uma reação inflamatória na articulação.



Sintomas
Dor, vermelhidão e aumento na temperatura da articulação, inchaço local e dificuldade de movimentação.

Tratamento
Deve-se fazer sessões de fisioterapia, tomar medicamentos anti-inflamatórios e utilizar pomadas. Nos casos mais graves pode-se recorrer a uma cirurgia chamada para a retirada de parte do tecido sinovial.



                                            

                                Hérnia de Disco


O que é?
É causada por uma lesão dos discos que compõem a coluna vertebral. Esses discos estão entre as diferentes vértebras e agem como amortecedor, a fim de absorver os choques. As pessoas mais afetadas por uma hérnia de disco estão entre 25 à 45 anos.








Causas
Predisposição genética é a causa de maior importância para a formação de hérnias discais, seguida do envelhecimento, da pouca atividade física e do tabagismo. Carregar ou levantar muito peso também pode comprometer a integridade do sistema muscular que dá sustentação à coluna vertebral e favorecer o aparecimento de hérnias discais.



Sintomas 
A hérnia de disco pode ser assintomática ou provocar dor de intensidade leve, moderada ou tão forte que chega a ser incapacitante. Os sintomas estão associados à área em que foi comprimida a raiz nervosa. Os mais comuns são: parestesia (formigamento) com ou sem dor; dor na coluna e/ou perna; apenas na perna ou na coxa; na coluna e no braço; apenas no braço.

Prevenção

Se manter ereto, evitar carregar pesos excessivos, evitar torções na coluna, calçar sapatos confortáveis, praticar esportes e fazer alongamentos sempre que possível.

Tratamento

O repouso é obrigatório pois a posição deitada alonga a coluna vertebral. A aplicação de calor ajuda a relaxar os músculos. A cirurgia será prescrita em casos mais graves, quando a hérnia provocar dores muito fortes ou quando houver paralisia dos membros ou órgãos, os quais são inervados pelo nervo afetado.

                                  Patologias do Tecido Conjuntivo  
                              
                                   Lúpus


                                                                                    O que é? 
Doença autoimune crônica que pode afetar a pele, as articulações, rins e outros órgãos.Normalmente, o sistema imunológico ajuda a proteger o corpo de substâncias nocivas. Mas nos pacientes com uma doença autoimune, o sistema imune não consegue diferenciar entre substâncias nocivas e substâncias saudáveis. O resultado é uma resposta imune excessiva que ataca células e tecidos que de outro modo seriam saudáveis. Isso leva a inflamação a longo prazo.
 

Sintomas

Os sintomas incluem dor no peito ao inspirar profundamente, fadiga, febre sem outra causa, desconforto geral, ansiedade, mal-estar, perda de cabelo, feridas na boca e sensibilidade à luz do sol.
Outros sintomas dependem de qual é a parte do corpo afetada:
·    Cérebro e sistema nervoso Dores de cabeça, deficiência cognitiva leve, dormência, formigamento ou dor em braços e pernas, alterações de personalidade, psicose, risco de acidente vascular cerebral (AVC), convulsões, problemas de visão.
     Trato digestivo: dor abdominal, náuseas e vômitos.
     Coração: ritmo cardíaco anormal.
     Rins: sangue na urina.
     Pulmões: tosse com sangue e dificuldade para respirar.
     Pele: coloração irregular da pele, dedos que mudam de cor com o frio.

Tratamento
Não há cura para Lúpus, o tratamento é feito através de antiinflamatórios, pomadas com corticoides e droga antimalárica para controlar os sintomas.

                                                       






                         Esclerodermia 

O que é? 

Doença inflamatória crônica do tecido conjuntivo, ligada a fatores autoimunes. Sua principal característica é o endurecimento da pele, que se torna mais espessa, brilhante e escura nas áreas afetadas. A enfermidade é mais frequente nas mulheres e pode ser classificada em esclerodermia localizada, ou em placas, e esclerodermia sistêmica. A localizada é mais comum em crianças. As lesões aparecem em pequenas áreas da epiderme e nos tecidos abaixo delas. Raramente evolui para a esclerose sistêmica. Na forma sistêmica, a doença agride não só a pele, mas também os pulmões, rins, esôfago, vasos sanguíneos, articulações, estruturas nas quais pode provocar fibrose.

Causas

A causa da esclerodermia é desconhecida. As pessoas com essa doença têm um acúmulo de uma substância chamada colágeno na pele e em outros órgãos. Esse acúmulo leva aos sintomas da doença. A doença geralmente afeta pessoas de 30 a 50 anos. As mulheres desenvolvem esclerodermia com mais frequência do que os homens.

Sintomas
Perda de cabelo, rigidez da pele, coloração alterada da pele, feridas nos dedos das mãos ou pés, pele do rosto repuxada, inchaço após as refeições, constipação, diarreia, dificuldade para engolir, refluxo, incontinência fecal.

Tratamento

Não existe um tratamento específico para a esclerodermia. Seu médico prescreverá medicamentos e outros tratamentos para controlar os sintomas e evitar complicações.

                                       Dermatomiosite

O que é? 
Doença auto imune relacionada com polimiosite e caracterizada pela inflamação dos músculos da pele.









Sintomas

A doença pode evidenciar-se de várias formas, algumas vezes subitamente, com sinais e sintomas, tais como febre elevada, debilidade muscular e dores nas articulações; em outros casos, pode surgir de forma pouco notória, com problemas pouco específicos, tais como cansaço e debilidade, que vão se evidenciando de forma progressiva à medida que as alterações próprias da doença se vão desenvolvendo.

Tratamento
Não existe um tratamento específico eficaz para curar a doença, mas existem vários recursos terapêuticos, como é o caso dos potentes anti-inflamatórios e dos corticoides  normalmente em doses elevadas e durante períodos prolongados, bem como dos imunossupressores, que combatem a atividade anômala do sistema imunitário responsável pela doença, diminuindo as dores e, muitas vezes, travando a sua progressão.



                                    Síndrome do olho seco

A lágrima, ou filme lacrimal, é um líquido produzido pelas glândulas lacrimais. Ela é composta por água, sais minerais, proteínas e gordura, com a função de lubrificar, limpar e proteger o olho das agressões causadas por substâncias estranhas ou micro-organismos.
Uma anomalia na produção ou na qualidade da lágrima pode provocar o ressecamento da superfície do olho, da córnea e da conjuntiva. Essa condição é conhecida como a síndrome do olho seco, que acomete especialmente as mulheres mais velhas.
Causas
Entre as causas da síndrome do olho seco destacam-se:
* Função reduzida das glândulas lacrimais e perda do componente aquoso da lágrima como consequência do envelhecimento, de doenças sistêmicas e autoimunes (síndrome de Sjögren, artrite reumatoide, lúpus, etc.), do uso de certos medicamentos, entre outros os antidepressivos, os antialérgicos, os betabloqueadores;
* Evaporação excessiva provocada por fatores ambientais (ar condicionado, vento, clima quente e seco, fumaça,etc.);
* Anormalidades nas pálpebras.
Sintomas
Os principais sintomas são secura, vermelhidão, coceira, ardor, sensação de corpo estranho e de “areia” nos olhos. Nos quadros mais graves, fotofobia, dificuldade de movimentar as pálpebras e maior produção de muco são também sinais da síndrome.
Diagnóstico
O diagnóstico é basicamente clínico, mas pode-se contar com o exame da lâmpada de fenda e o teste de Shirmer para avaliar o nível de produção de lágrimas.
Tratamento

O tratamento da síndrome do olho seco é feito com a aplicação de lágrimas artificiais, ou seja, de lubrificantes oculares, sob a forma de colírio ou pomada. Eles ajudam a aliviar os sintomas e, geralmente, não costumam ter efeitos adversos. É indispensável, porém, identificar e controlar as causas do distúrbio.
Recomendações
* Pessoas com a síndrome dos olhos secos podem necessitar de cuidados especiais para adaptar-se ao uso de lentes de contato;
* Diante do computador ou da TV, a tendência é piscar menos. Consequentemente, o filme lacrimal não é distribuído com regularidade sobre a superfície dos olhos e sua lubrificação fica comprometida;
* Portadores da síndrome do olho seco precisam de acompanhamento oftalmológico mais frequente. Sem tratamento, podem ocorrer lesões na córnea que comprometem a qualidade da visão temporária ou definitivamente.



                    

                Patologias do Tecido Ósseo

                               Osteoporose
O que é?
É a descalcificação progressiva dos ossos que se tornam frágeis. É uma doença na qual ocorre diminuição da massa óssea e piora da qualidade do osso, que se torna mais frágil. Quanto maior essa fragilidade, maior é o risco de uma fratura. Embora a ocorrência seja maior no sexo feminino, os homens também podem ter a doença, que se torna mais frequente com o envelhecimento. 

Causas

Existem várias causas da doença. As principais são: - Menopausa;- Idade avançada; História familiar de osteoporose; Constituição física magra; É mais frequente na raça branca e em asiáticas; Baixa ingestão de cálcio, ter diabetes, falta de exposição à luz solar, pouca atividade física, hábito de fumar, consumo de álcool, café ou doenças crônicas.
Sintomas
A osteoporose é silenciosa e o paciente não percebe que está desenvolvendo a doença. O primeiro sintoma é a dor provocada pela fratura.



Tratamento 
Praticar exercícios físicos, evitar o tabagismo e os excessos de café e álcool são medidas necessárias. Deve-se, também, aumentar o consumo de cálcio e vitamina D, através da dieta ou com o uso de medicamentos.

Fatores de risco
História da doença na família; Idade avançada; Imobilizações prolongadas; Alguns tipos de medicamentos;Alcoolismo e tabagismo; Doenças que interferem no metabolismo ósseo.



                                         Doença de Paget


                                                              O que é?
Doença crônica de origem ainda desconhecida, que provoca alteração no processo de renovação do osso, dando fragilidade ao osso afetado.











Causas
A doença costuma ser provocada por uma alteração no constante processo de renovação do tecido ósseo, realizado pelos ossos ao longo de toda a vida. Em condições normais, esta contínua substituição do tecido ósseo processa-se no interior dos ossos, mediante ciclos em que alguns sectores do osso são reabsorvidos, em primeiro lugar, por células especializadas, as quais se denominam de osteoclastos, e depois substituídos por um novo tecido ósseo fabricado por outras células especializadas, estas denominadas de osteoblastos. Contudo, na doença de Paget, estes ciclos de constante renovação do tecido ósseo, em que a destruição do tecido ósseo envelhecido é proporcional à formação de tecido ósseo novo, tende a alterar-se.
Acredita-se que este processo patológico possa ser provocado por dois factores: por um lado, pode haver uma predisposição genética transmitida de forma hereditária, devido ao facto de a doença ter uma maior incidência entre os membros de algumas famílias; por outro lado, suspeita-se que o problema possa residir numa infecção viral que, nos indivíduos que apresentem a citada predisposição genética, altere o funcionamento das células ósseas, provocando a sua hiperatividade. 

Manifestações
Na maioria dos casos, a doença de Paget permanece assintomática e, por vezes, nem chega a ser diagnosticada, a menos que seja casualmente detectada através da realização de radiografias por outros motivos. Nos casos raros em que existem manifestações, estas são provocadas pela excessiva fragilidade dos ossos afetados, que podem sofrer fracturas e deformações perante traumatismos pouco intensos ou espontaneamente, com as suas evidentes consequências. Os ossos que costumam ser mais afetados são, os da bacia, o fémur, os do crânio, a tíbia, a coluna vertebral, a clavícula e o úmero.

Tratamento
Deve-se recorrer igualmente à utilização de medicamentos que inibam o funcionamento anômalo das células ósseas, de modo a parar a exagerada destruição do tecido ósseo. Em alguns casos, é preciso recorrer à cirurgia quando se pretende corrigir uma deformação óssea, libertar um nervo comprimido ou tratar uma artrose secundária, podendo haver a substituição de uma articulação muito danificada por uma prótese.

                                       

                          Osteonecrose

                                                                                    O que é?
É uma consequência da má circulação sanguínea dentro do osso causando a morte de células, apodrecimento do osso e consequentemente fraturas e dor no local. Geralmente ocorre na região do quadril e ombros, mas pode também atingir outras áreas como joelhos e maxilares.
Evolução
É uma doença autolimitada, ou seja, tem começo, meio e fim e progride sempre para a cura, não que o osso volte a ser como antes, ele é apenas substituído por osso vivo num processo que pode durar meses ou até mesmo anos.

Causas
As causas da osteonecrose não são  completamente conhecidas uma boa percentagem é classificada como idiopática, porém alguns fatores estão associados a uma maior incidência: uso crônico de corticoide, alguns tipos de anemia, uso cronico de álcool, lesões articulares, alguns tipos de artrite a também alguns tipos de câncer.

Tratamento
Pode ocorrer por um processo de remodelação óssea, ou seja, a troca do osso morto, por um osso sadio. Esse tratamento também pode ocorrer através de cirurgia que é determinada para cada região de óssea afetada. 

                               Osteopenia

                                                                                    O que é?


É caracterizada pela diminuição da massa óssea, onde os ossos se tornam mais frágeis e quando não tratada rapidamente pode evoluir para a osteoporose.

Causas
Idade avançada, má alimentação, falta de atividade física, algumas doenças endócrinas ou por alterações nos ciclos menstruais como menopausa, amenorreia ou menarca tardia são as principais causas.


                                                                                    Tratamento

É indicado o aumento do consumo de alimentos que possuem cálcio, como leite e seus derivados. Prática de atividades físicas de preferência em exposição ao sol para que aumente a absorção do mineral pelo organismo. 













                                                 Raquitismo

                                                         O que é?
Doença que surge após um processo de mutação experimentado pelos ossos ainda em desenvolvimento, decorrente da ação incorreta de substâncias minerais no campo ósseo. Esta modificação deixa os ossos das crianças mais frouxos e frágeis podendo causar lesões e deformações.

Causas
Essa doença provém da carência de vitamina D, ou porque a pessoa não está suficientemente em contato com o sol ou porque consome uma dieta pobre nesta substância, tendendo normalmente a um processo de desnutrição; a falta de cálcio  pode igualmente levar à aquisição do Raquitismo. 









Sintomas
Os mais comuns desta doença são ossos dolorosos; fragilidade dos músculos; maior inclinação às lesões ósseas; deformações esqueléticas; problemas no crescimento; baixos índices de cálcio na circulação sanguínea; espasmos dos músculos sem controle algum em todo o organismo; crânio mais frouxo; infecções no sistema respiratório.

Tratamento

O tratamento do raquitismo, bem como sua prevenção, deve incluir exposição à luz solar e o consumo de alimentos abundantes em vitamina D, cálcio e fosfato, tais como óleo de fígado de bacalhau e óleo de fígado de linguado. A dose apropriada desta vitamina também pode ser obtida através dos suplementos alimentares.

                                       

                                          ESCOLIOSE

O QUE É:

A escoliose é um encurvamento da coluna vertebral. A coluna vertebral se encurva no meio ou nos lados.

CAUSA:

Existem três grandes causas para a escoliose:
  • A escoliose congênita (de nascença) decorre de um problema com a formação dos ossos da coluna vertebral (vértebras) ou fusão de costelas durante o desenvolvimento do feto ou do recémnascido
  • A escoliose neuromuscular é causada por problemas como fraqueza muscular ou do controle precário dos músculos, ou paralisia decorrente de doenças como paralisia cerebral, distrofia muscular, espinha bífida e pólio.
  • A escoliose idiopática não possui causa conhecida. A escoliose idiopática em adolescentes é o tipo mais comum.
Algumas pessoas são mais suscetíveis ao encurvamento da coluna. A maioria dos casos ocorre em meninas. O encurvamento geralmente se agrava durante os surtos de crescimento. A escoliose em crianças é menos comum e geralmente atinge igualmente tanto meninas quanto meninos.
Sintomas:

Há suspeita de escolise quando um ombro parece estar mais alto do que o outro ou a pélvis parece estar inclinada. Um olhar leigo não percebe a curvatura nos estágios iniciais.
Outros sintomas da escoliose podem incluir:
  • Dor lombar e nas costas
  • Fadiga
  • Ombros ou quadris que parecem assimétricos
  • Coluna vertebral encurvada anormalmente para o lado (lateralmente)
Pode haver fadiga na coluna vertebral após longa permanência de pé ou sentado. A dor ficará persistente caso haja uma inflamação no tecido mole e desgaste dos ossos da coluna vertebral.
Observação: A cifoescoliose também inclui curvatura anormal da frente para trás, com uma aparência de costas arredondadas.
Tratamento:
O tratamento depende da causa da escoliose, do tamanho e da localização da curva, além de quanto crescimento o paciente ainda terá. Na maioria dos casos de escoliose idiopática adolescente (menores de 20 graus), o tratamento é dispensado, mas devem ser realizadas verificações semestrais.
Na medida em que a curvatura se agrava (acima de 25 a 30 graus em crianças em fase de crescimento), o uso de órteses é geralmente recomendado para auxiliar a retardar a progressão da curva. Existem muitos tipos de órteses utilizados. O colete de Boston, o colete de Wilmington, o colete de Milwaukee e o colete de Charleston foram batizados com o nome dos centros onde foram desenvolvidos.
  • Cada colete tem uma aparência distinta. Existem diferentes modos de usar cada um deles adequadamente. A seleção de uma órtese e a maneira como ela será usada depende de muitos fatores, inclusive das características específicas da curvatura. A órtese exata será decidida pelo paciente e o médico.
  • Um colete para as costas não reverte a curva. Em vez disso, usa a pressão para alinhar a coluna vertebral. O colete pode ser ajustado com o crescimento. O uso de colete não funciona para as escolioses congênitas e neuromusculares e é menos eficaz na escoliose idiopática infanto-juvenil.
A decisão do momento apropriado para se operar é variável. Após os ossos do esqueleto cessarem o crescimento, a curvatura não deve se agravar muito. Por conta disso, talvez o cirurgião queira aguardar até que os ossos do seu filho parem de crescer. Entretanto, pode ser que seu filho necessite de cirurgia antes disso, se a curva na coluna for grave ou estiver se agravando rapidamante. Curvas de 40° ou mais geralmente precisam ser operadas.
A cirurgia consiste em corrigir a curva (embora não completamente) e encaixar os ossos dentro dela. Os ossos são fixados no lugar com uma ou duas hastes de metal presas com ganchos e parafusos até que o osso seja recuperado. Às vezes, a cirurgia é feita através de um corte nas costas, no abdomên ou abaixo das costelas. Pode ser necessário o uso de uma órtese para estabilizar a coluna vertebral após a operação.
Muitas vezes, as limitações impostas pelos tratamentos afetam o lado emocional e podem ameaçar a autoimagem, principalmente para adolescentes. Apoio emocional é importante.
Fisioterapeutas e ortopedistas (especialistas em aparelhos ortopédicos) podem ajudar a explicar os tratamentos e a assegurar que o colete se encaixe confortavelmente.
Prevenção:
Testes de rotina para escoliose agora são realizados nas escolas de ensino fundamental e médio nos Estados Unidos. Devido a esses testes, muitos casos que poderiam ser descobertos apenas em um estágio avançado estão sendo diagnosticados em estágios iniciais.


                                       DOR CIÁTICA

O que é Ciática?

Sinônimos: Dor no ciático, dor no nervo ciático

Ciática significa dor, fraqueza, dormência ou formigamento da perna. É causada por lesão ou pressão no nervo ciático. A ciática é um sintoma de outro problema médico, e não de uma doença em si.

Causas

A ciática ocorre quando há pressão do nervo isquiático ou dano a ele. O nervo começa na espinha inferior e desce pela parte posterior de cada perna. Esse nervo controla os músculos da parte posterior do joelho e da parte inferior da perna e dá sensibilidade à parte posterior da coxa, uma porção da perna e à sola do pé.

As causas comuns da ciática são:
·         Deslocamento de disco

·         Síndrome piriforme (um distúrbio da dor envolvendo o músculo piriforme nas nádegas)

·         Lesão ou fratura pélvica

·         Tumores

Exames

O médico realizará um exame físico. Isso pode mostrar:

·         Fraqueza ao dobrar o joelho ou ao movimentar os pés

·         Dificuldade de dobrar o pé para dentro ou para baixo

·         Reflexos anormais ou ausentes

·         Dor ao levantar a perna esticada para fora da maca

Os exames determinam as causas suspeitas. Normalmente, eles não são necessários a menos que a dor seja grave e dure por muito tempo. Eles podem incluir:

·         Exames de sangue

·         Raios X

·         Ressonâncias magnéticas ou outros exames de imagem

Sintomas de Ciática

A dor de ciática pode variar muito. Pode ser formigamento suave, dor surda ou sensação de queimação. Em alguns casos, a dor é tão forte que a pessoa não consegue se mexer.

Esquema mostra os locais que apresentam dor de ciática
A dor ocorre mais frequentemente de um só lado. Algumas pessoas sentem uma dor aguda em uma parte da perna ou do quadril e dormência em outras partes. A dor ou dormência também podem estar presentes na parte posterior da panturrilha ou na planta do pé. A perna afetada pode parecer mais fraca.

A dor em geral começa gradualmente. A dor de ciática pode piorar:

·         Depois de ficar em pé ou sentar

·         Durante a noite

·         Ao espirrar, tossir ou rir

·         Ao se dobrar para trás ou andar mais do que alguns metros, principalmente se for causada por estenose espinhal

Tratamento de Ciática

Como a ciática é um sintoma de outra doença, a causa subjacente deve ser identificada e tratada.

Saiba mais

·         Tire 12 dúvidas sobre dor no ciático

Em alguns casos, não é necessário tratamento, e a recuperação acontece espontaneamente.

O tratamento conservador é o melhor em muitos casos. Seu médico pode recomendar os seguintes passos para acalmar os sintomas e reduzir a inflamação.

·         Aplique calor ou gelo na área dolorida. Experimente gelo nas primeiras 48 a 72 horas, depois utilize calor.

·         Tome analgésicos de venda livre como ibuprofeno ou acetaminofeno Repouso não é recomendado. Reduza a atividade nos primeiros dias. Depois, retome lentamente suas atividades regulares. Evite levantar muito peso ou torcer as costas nas primeiras seis semanas após a dor ter iniciado. Após 2 a 3 semanas, você deve voltar a se exercitar. Isso deve incluir exercícios para fortalecer seu abdômen e melhorar a flexibilidade da sua coluna.

Consulte: Cuidando de suas costas em casa
Se as medidas caseiras não ajudarem, seu médico pode recomendar injeções para reduzir a inflamação ao redor do nervo. Outros medicamentos podem ser receitados para ajudar a reduzir as dores agudas associadas com a ciática.

Os exercícios fisioterápicos também podem ser recomendados. Os tratamentos adicionais dependem da doença que esteja provocando a ciática.

A dor nervosa é difícil de tratar. Se, atualmente, você tiver problemas com a dor, pode considerar uma consulta com um neurologista ou um especialista em dor para garantir que você tenha as mais amplas opções de tratamento.

Expectativas

Frequentemente, a ciática desaparece por conta própria. Entretanto, é comum que ela retorne.

Complicações possíveis

Complicações mais graves dependem da causa da ciática. Consulte:

·         Discos deslocados

·         Estenose espinhal

Prevenção

A prevenção varia de acordo com a causa do dano nervoso. Evite sentar ou deitar pressionando as nádegas por um longo tempo.

CISTO ÓSSEO

O que é:


O cisto ósseo traumático da mandíbula é uma lesão rara, denominada de maneira genérica de cisto, porém, não possuem características morfológicas de uma lesão cística como cápsula e revestimento epitelial com evidencia própria. Muitos autores denominam esta lesão de pseudocisto, contudo não sendo enquadrada na classificação fundamental dos cistos dos maxilares.
Esta enfermidade é denominada de diversas for mas, e.g., cisto ósseo simples, cisto ósseo solitário, cisto
ósseo hemorrágico e cisto ósseo unicameral. Assim,esta variedade de denominações reflete a incerteza da
etiologia da lesão (MATSUZAKI et al., 2003). Segundo Harris et al. (1992), trata-se de uma lesão decorrente
de uma hemorragia intramedular pós-traumática.

Clínico:


 Clinicamente, é uma lesão benigna intra-óssea que pode conter fluido no seu interior (RUSHTTON, 1946), entretanto, muitas vezes, se observa uma cavidade vazia (CASTRO; PARO, 2002 ). Quando curetada, pode apresentar tecido conjuntivo e fragmentos ósseos no exame histopatológico (DALLA-BONA et al., 2000). Geralmente é assintomática, sendo comumente encontrada em exames radiográficos de rotina. Porém, pode apresentar aumento de volume na área afetada (BAQAIN et al., 2005), dor, parestesia (NEVILLE et al., 1998) e linfoadenopatia (ERIKSSON,2001).

Tratamento e prognóstico:


 ° Curetagem cirúrgica;
° Submeter pequena quantidade do tecido obtido ao exame microscópio ou biópsia;
° Após a curetagem das paredes ósseos  o preenchimento do defeito pela formação de novo osso e geralmente rápida;
° Devem ser feitos exames radiográficos periódicos ate que tenha sido confirmada a resolução completa.
° Teste de vitalidade pulpar.

Conclusão:

   O cisto ósseo simples é uma lesão assintomática se os dentes envolvidos apresentarem com vitalidade, não será indicado o tratamento endodôntico prévio nem posterior ao acesso cirúrgico
 O tratamento consiste essencialmente  na exploração cirúrgica
 O tratamento ortodôntico pode ser segurança após 6 meses de intervenção.
 Acompanhamento radiográfico.













OSTEOMIELITE


        É um processo inflamatório agudo ou crônico do tecido ósseo, produzido por bactérias piogênicas (isto é, produtoras de pus). A bactéria responsável varia de acordo com a idade do paciente e o mecanismo da infecção. Esses agentes causadores (bactéria) chegam ao tecido ósseo de diferentes maneiras: através de infecções originadas em lesões cirúrgicas ou acidentais, através de partes infectadas do corpo que aumentam a sua área afetada, atingindo os ossos, pelo sangue, que pode trazer infecções de outras partes do corpo.

                                          

Causas: 

         A Osteomielite pode ser de origem hematogênica, isto é, causada por bactérias que se originam de um foco infeccioso afastado do osso, chegando ao mesmo através da circulação sanguínea. Este tipo de Osteomielite ocorre mais comumente em crianças. Os locais dos ossos mais afetados são a metáfise (que é uma região altamente vascularizada nos ossos em crescimento) e a epífise dos ossos longos. Pode também ser devido a uma lesão contígua ao osso, durante um trauma direto como por exemplo, trauma produzido por um instrumento pontiagudo, fratura exposta e feridas profundas, cirurgia ou a um foco infeccioso junto ao osso. A Osteomielite pode também ser secundária a uma doença vascular periférica. Toda Osteomielite começa como infecção aguda. Se não tratada, ou se o tratamento não for eficaz, evolui, por definição após seis meses, para Osteomielite crônica.

  
         Sintomas: observa-se a febre alta e dor no osso. Esses achados são essenciais nos casos precoces quando a radiologia é normal, sendo praticamente os únicos parâmetros para avaliação. O diagnóstico de algia óssea em algumas situações pode ser difícil de ser feito, principalmente quando o osso for pouco acessível à palpação. Como já foi dito, o elemento que caracteriza a dor como proveniente do osso é a exacerbação á pressão digital do osso. Quando ocorrem sinais inflamatórios de superfície o diagnóstico torna-se mais fácil sendo que, muitas vezes, o abscesso (coleção de pus) pode ser sentido á palpação. Nessa fase, se a radiologia ainda não for normal, deve ser feito diagnóstico diferencial entre abscesso de partes moles.

       Tratamento:  é realizado imediatamente o uso de antibiótico, em seguida a coleta de material para cultura para a identificação do agente etiológico. Sendo o mais comum o
Staphylococcus aureus. Pode haver necessidade também de uma drenagem cirúrgica, sempre que houver necrose ou coleção de pus. O paciente deve está internado para a realização da antibioticoterapia e possíveis intervenções cirúrgicas como já citada. Também existe a Oxigenoterapia Hiperbárica, um tratamento muito eficaz contra a doença e acarretando bons resultados.

 Oxigenoterapia Hiperbárica






Patologia do tecido conjuntivo hematopoético 

Leucemia


O que é Leucemia?

A leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos) de origem, na maioria das vezes, não conhecida. Ela tem como principal característica o acúmulo de células jovens (blásticas) anormais na medula óssea, que substituem as células sangüíneas normais. A medula é o local de formação das células sangüíneas, ocupa a cavidade dos ossos e é conhecida popularmente por tutano. Nela são encontradas as células mães ou precursoras, que originam os elementos do sangue: glóbulos brancos, glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos) e plaquetas.

Sintomas

Os principais sintomas da leucemia decorrem do acúmulo dessas células na medula óssea, prejudicando ou impedindo a produção dos glóbulos vermelhos (causando anemia), dos glóbulos brancos (causando infecções) e das plaquetas (causando hemorragias). Depois de instalada, a doença progride rapidamente, exigindo com isso que o tratamento seja iniciado logo após o diagnóstico e a classificação da leucemia.




Diagnóstico de Leucemia
As manifestações clínicas da leucemia aguda são secundárias à proliferação excessiva de células imaturas da medula óssea, que infiltram os tecidos do organismo, tais como: amígdalas, linfonodos (ínguas), pele, baço, rins, sistema nervoso central (SNC) e outros. A fadiga, palpitação e anemia aparecem pela redução da produção dos eritrócitos pela medula óssea. Infecções que podem levar ao óbito são causadas pela redução dos leucócitos normais (responsáveis pela defesa do organismo).

Verifica-se tendência a sangramentos pela diminuição na produção de plaquetas (trombocitopenia). Outras manifestações clínicas são dores nos ossos e nas articulações. Elas são causadas pela infiltração das células leucêmicas nos ossos. Dor de cabeça, náuseas, vômitos, visão dupla e desorientação são causados pelo comprometimento do SNC.

 Tratamento de Leucemia





Como geralmente não se conhece a causa da leucemia, o tratamento tem o objetivo de destruir as células leucêmicas, para que a medula óssea volte a produzir células normais. O grande progresso para obter cura total da leucemia foi conseguido com a associação de medicamentos (poliquimoterapia), controle das complicações infecciosas e hemorrágicas e prevenção ou combate da doença no sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal).



Para alguns casos, é indicado o transplante de medula óssea. O tratamento é feito em várias fases. A primeira tem a finalidade de atingir a remissão completa, ou seja, um estado de aparente normalidade que se obtém após a poliquimioterapia. Esse resultado é conseguido entre um e dois meses após o início do tratamento quando os exames não mais evidenciam células leucêmicas. Isso ocorre quando os exames de sangue e da medula óssea e o exame físico não demonstram mais anormalidades.







Anemia

O que é Anemia?
Anemia é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a condição na qual o conteúdo de hemoglobina no sangue está abaixo do normal como resultado da carência de um ou mais nutrientes essenciais, seja qual for a causa dessa deficiência. As anemias podem ser causadas por deficiência de vários nutrientes como ferro, zinco, vitamina B12 e proteínas. Porém, a anemia causada por deficiência de ferro, denominada Anemia Ferropriva, é muito mais comum que as demais (estima-se que 90% das anemias sejam causadas por carência de Ferro). O ferro é um nutriente essencial para a vida e atua principalmente na síntese (fabricação) das células vermelhas do sangue e no transporte do oxigênio para todas as células do corpo. 
Crianças, gestantes, lactantes (mulheres que estão amamentando), meninas adolescentes e mulheres adultas em fase de reprodução são os grupos mais afetados pela anemia, muito embora homens - adolescentes e adultos - e os idosos também possam ser afetados pela anemia.


Causas

As causas da Anemia por deficiência de ferro, tanto em crianças como em gestantes, são basicamente o consumo insuficiente de alimentos fontes de ferro e/ou com baixa biodisponibilidade. Na gestante, a anemia pode ser causada também pelas baixas reservas de ferro pré-concepcionais e a elevada necessidade do mineral em função da formação dos tecidos maternos e fetais.


Sintomas de Anemia
Os sinais e sintomas da anemia por carência de ferro são inespecíficos, necessitando-se de exames laboratoriais (sangue) para que seja confirmado o diagnóstico de Anemia Ferropriva. 





Diagnóstico de Anemia
Para o diagnóstico da anemia, é necessário recorrer aos indicadores laboratoriais (hematológicos). O nível de hemoglobina é um dos indicadores que tem sido amplamente utilizado em inquéritos epidemiológicos para anemia, além de ser considerado adequado num diagnóstico preliminar para levantamentos em campo. 
O ponto de corte proposto pela OMS para nível de hemoglobina indicativo de anemia em crianças de 6 a 60 meses e em gestantes é abaixo de 11,0 g/dl.


Tratamento de Anemia
O ferro pode ser fornecido ao organismo por alimentos de origem animal e vegetal. O ferro de origem animal é melhor aproveitado pelo organismo. São melhores fontes de ferro as carnes vermelhas, principalmente fígado de qualquer animal e outras vísceras (miúdos), como rim e coração; carnes de aves e de peixes, mariscos crus. 
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o leite e o ovo não são fontes importantes de ferro. Contudo, no mercado já existem os leites enriquecidos com ferro, que ajudam no combate da anemia. Entre os alimentos de origem vegetal, destacam-se como fonte de ferro os folhosos verde-escuros (exceto espinafre), como agrião, couve, cheiro-verde, taioba; as leguminosas (feijões, fava, grão-de-bico, ervilha, lentilha); grãos integrais ou enriquecidos; nozes e castanhas, melado de cana, rapadura, açúcar mascavo. Também existem disponíveis no mercado alimentos enriquecidos com ferro como farinhas de trigo e milho, cereais matinais, entre outros. 

A presença de ácido ascórbico, disponível em frutas cítricas, e alimentos ricos em proteínas na refeição melhora a absorção de ferro proveniente de produtos vegetais, como: brócolis, beterraba, couve-flor e outros. Por outro lado, existem alguns fatores (fosfatos, polifenóis, taninos, cálcio) que podem inibir a absorção do ferro, presentes em café, chá, mate, cereais integrais, leite e derivados. 
Ressalta-se que o leite materno é considerado fator protetor contra Anemia por deficiência de ferro devido à alta biodisponibilidade do ferro existente. Estudos evidenciam associação de anemia em crianças que tiveram pouco tempo de aleitamento materno exclusivo, alimentação prolongada com leite de vaca e com a introdução da alimentação complementar precoce.

Complicações possíveis
O ferro é um nutriente essencial para a vida e atua principalmente na síntese (fabricação) das células vermelhas do sangue e no transporte do oxigênio para todas as células do corpo. 
A anemia ferropriva traz os seguintes efeitos adversos ou consequências: diminuição da produtividade no trabalho, diminuição da capacidade de aprendizado, retardamento do crescimento, apatia (morbidez), perda significativa de habilidade cognitiva, baixo peso ao nascer e mortalidade perinatal. Além disso, a anemia pode ser a causa primária de uma entre cinco mortes de parturientes ou estar associada a até 50% das mortes. 

Em crianças a anemia está associada ao retardo do crescimento, comprometimento da capacidade de aprendizagem (desenvolvimento cognitivo), da coordenação motora e da linguagem, efeitos comportamentais como a falta de atenção, fadiga, redução da atividade física e da afetividade, assim como uma baixa resistência a infecções. Nas grávidas, a anemia é associada ao baixo peso ao nascer e a um incremento na mortalidade perinatal.

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